o programa em 2022
A Miragem - arte cinemática na paisagem, cuja 3ª edição acontece entre 3 a 10 de setembro de 2022, na ilha do Pico, Açores, compreende projeções de filmes numa tela instalada em distintas paisagens da ilha, ao ar livre, bem como um conjunto de oficinas criativas que não só informam o ciclo de filmes a projetar, como estabelecem um vínculo entre o programa e o contexto natural e cultural local.
O programa proposto pela Miragem para a edição de 2022 procura centrar-se nas questões levantadas pelo som quando em relação à imagem em movimento, bem como da musicologia neste mesmo contexto. Numa aproximação da imagem em movimento à prática artística mais vivida na ilha do Pico - a música -, cada sessão procura dar enquadramento a distintas especificidades do trabalho de som em relação às imagens. Do som como mecanismo da construção narrativa a cantos de trabalho; do imaginário do som da matéria vibrante da terra vulcânica, ao filme silencioso que agora encontra os sons do entorno desta tela instalada na paisagem. Trata-se de um programa que propõe uma aproximação à natureza de forma sensível, relacionando as suas diversas formas de expressão com a complexidade das emoções humanas e dos processos culturais e políticos, com um enfoque no papel do som e da música nesses mesmos processos.
the program in 2022
The 3rd edition of miragem – kinematic arts in the landscape takes place from the 3rd to 10th of September 2022, on the island of Pico, Azores and includes projections of films on a screen installed on different landscapes of the island, outdoors, as well as a set of creative workshops that not only inform the cycle of films to be screened, but also establish a link between the program and the local natural and cultural context.
The program proposed by Miragem for the 2022 edition seeks to focus on the questions raised by sound in relation to the moving image, as well as musicology in this same context. In an approximation of the moving image to the most experienced artistic practice on the island of Pico – music -, each session seeks to frame the different specificities of sound work in relation to images. From sound as a mechanism of narrative construction to work songs; from the imaginary sound of the vibrant matter of the volcanic earth, to the silent film that now finds the sounds of the surroundings of this screen installed in the landscape. A programme that proposes an approach to nature in a sensitive way, relating its various forms of expression to the complexity of human emotions and cultural and political processes, with a focus on the role of sound and music in those same processes.
5 - set. 2022 | 21h30
Mata dos Dragoeiros
Luz, Clarão, Fulgor - Augúrios para um Enquadramento Não Hierárquico e Venturoso Light, Blaze, Fulgor — Auguries For A Non-hierarchical Framing And Flourishin

Realizado por Sílvia das Fadas Directed by: Sílvia das Fadas projeção em 16 mm por Sílvia das Fadas e musicado ao vivo por Robert Blatt live projection by Sílvia das Fadas with live music by Robert Blatt 2022 | 85’ 2022 | 85’
“Procuro por augúrios enquanto olho teimosamente as ruínas de uma comuna. Por exemplo: “clima favorável aos errantes”. Caminho através dos tempos, gravando erraticamente imagens e sons através da espacialidade caleidoscópica do Alentejo, uma região com nome de rio, para além de um rio. Como caminhar oferece encontros inesperados e co-presenças, missivas são enviadas de e para as margens. Por exemplo: “cultivar órgãos para a alternativa”. Os meus sentidos são parciais, precários e fragmentários, mas não a minha orientação: trava-se uma luta quotidiana pelo fulgor e eu quero fazer parte dela. Contra um firmamento de desapropriação de terras, corpos e laços sociais, estamos a preparar-nos. Por exemplo: “De nível!” O fulgor é móvel, a comunidade prefigurada é dispersa e diversa. Através de dissenso e associações de afinidade, autonomia e reencantamento, a oferenda do cinema possibilitar-nos-ia florescer livres de imposições hierárquicas.” Stubbornly looking at the ruins of a commune I search for augurs. For instance: “Fair weather for drifters.” I wander by foot across times, erratically shooting images and recording sounds through the kaleidoscopic spatiality of Alentejo, a region named after a river, beyond a river. As walking offers unexpected encounters and co-presences, missives are sent to and from the margins. For instance: “growing organs for the alternative.” My senses are partial, precarious and fragmentary, but not my orientation: There is an everyday struggle for the fulgor being fought and I want to be in it. Against a firmament of dispossession of land, bodies and social bonds, we are getting ready. For instance: “On the level!” The fulgor is mobile, the prefigured community dispersed and diverse. Through dissent and associations of affinity, autonomy and re-enchantment, the offer of cinema could be to let us flourish on non-hierarchical frames.
- Sílvia das Fadas - Sílvia das Fadas
7 - set. 2022 | 21h30
Cabrito
Moon’s Pool Moon’s Pool

Realização: Gunvor Nelson Directed by: Gunvor Nelson
EUA | 1973 | 15’ USA | 1973 | 15'
Moon’s Pool parte de um lírico uso da película e da palavra para retratar a procura pela resolução do ser. Filmado dentro da água, os corpos vivos mesclam-se com paisagens naturais, com a erupção de um vulcão, com a lava ardente, apelando à imagem que habita o inconsciente. A linguagem que nos chega em forma de um canto encantado das profundezas da água não é traduzida, por forma a que, nas palavras de Gunvor Nelson, nos chegue de forma onomatopéica. Moon’s Pool starts from a lyrical use of film and spoken word to portray the search for the resolution of the self. Filmed underwater, the living bodies blend with natural landscapes, with the eruption of a volcano, with the burning lava, appealing to the image that inhabitants the unconscious. The language that reaches us in form of an enchanted song from the depths of the water is never translated, so that, in the words of Gunvor Nelson, it reaches us in an onomastopoeic way.
Merapi Merapi

Realização: Malena Szlam Directed by: Malena Szlam
Indonésia/Canadá | 2021 | 8’ Indonesia/Canada | 2021 | 8''
Deslocando-se para trás e para a frente em torno do vulcão, Merapi é marcada pela presença silenciosa do ronco e lava Monte Merapi, na Indonésia. Quase sempre no centro, o vulcão escorrega frequentemente para trás das nuvens, um fantasma. A obra é silenciosamente estruturada em torno da impressão ondulante do vulcão nos seus arredores: fumo através das árvores, o quebrar da chuva contra as suas encostas e a rica fertilidade dos seus solos. Uma obra tão sensível à mudança de luz nos redemoinhos de grão e atmosfera de 16mm, como à vivência no horizonte do vulcão, situado perto da densamente povoada Yogyakarta. A circumlocutory study of Mount Merapi, Indonesia. Shifting back and forth around the volcano, MERAPI is marked by the silent presence of its rumble and lava. Almost always at the centre, the volcano often slips away behind the clouds, a ghost. The work is silently structured around the rippling impression of the volcano on its surrounds: smoke through trees, the breaking of rain against its slopes and the rich fertility of its soils. A work as sensitive to the shift in light through swirls of 16mm grain and atmosphere as it is to what it is like to live within the horizon of the volcano, located near the densely populated Yogyakarta.
Montañas Ardientes Que Vomitan Fuego Burning Mountains That Spew Flame

Realização: Helena Girón y Samuel M. Delgado Directed by: Samuel M. Delgado y Helena Girón
Espanha | 2016 | 13' 36'' Spain | 2016 | 13' 36''
O interior da terra tornou-se um refúgio contra a ameaça que se aproximava cada vez mais da ilha. Os tubos vulcânicos serviram de vasos de comunicação entre o tempo e o espaço. É neles que se experimenta a resistência. The interior of the earth became a refuge from the threat that moved closer and closer to the island. The volcanic tubes served as communication vessels between time and space. This was where they experimented their resistance.
Irmandade Sisterhood

Realização: Helena Girón y Samuel M. Delgado Directed by: Helena Girón y Samuel M. Delgado Espanha | 2019 | 9'5'' Spain | 2019 | 9'5''
Uma Irmandade de fantasmas esconde-se por baixo das camadas do tempo. Através dos manuscritos ilustrados de Vasco da Ponte, procuramos um passado mítico: um que ressoa de forma subterrânea entre uma paisagem cheia de presenças invisíveis que são ativadas e assumem uma vida própria cada vez que pensamos nelas. A revolta Irmandiña - uma revolta camponesa em massa que teve lugar na Galiza durante o século XV - precedeu muitas das revoltas que se espalharam por toda a Europa no alvorecer da modernidade. Em Narahío, procuramos os vestígios desta comunidade de dissidentes. O rio Castro, localizado sob a fortaleza dos Andrade, destruída e depois reconstruída para castigar os habitantes locais que participaram na revolta, serve de canal, ativando os vestígios deste tempo. Usando longas exposições, com uma câmara manual os movimentos fundem-se com os dos sujeitos dos retratos, gerando um líquido e mutável magma que avança com cada vibração. A paisagem sonora é composta por gravações de campo que incluem gravações com hidrofones no rio Castro. A Irmandade of ghosts hides beneath the layers of time. Through Vasco da Ponte’s illustrated manuscripts, we search for a mythical past: one that resonates in a subterraneous form amongst a landscape full of invisible presences that are activated and take on a life of their own each time we think about them. The Irmandiña revolt - a mass peasant uprising that took place in Galicia during the XV century - preceded many of the uprisings that spread throughout Europe at the dawn of modernity. In Narahío we search for the vestiges of this community of dissidents. The river Castro, located beneath the fortress of the Andrade destroyed and then rebuilt again to punish the locals who participated in the uprising- serves as a conduit, activating the vestiges of this distant time, a time full of uncertainty. Beneath the riverbed the fire continues burning. Using long exposures, with a handheld camera our movements fuse with those of the subjects of the portraits, generating a liquid and changing magma that advances with each vibration. The soundscape is composed by field recordings that includes hydrophone recordings in river Castro.
Todas as células da terra e do corpo vibram All Earth and Body Cells Vibrate

Em Todas as células da terra e do corpo vibram explora-se a paisagem sonora da ilha do Pico, gerando uma memória sonora do entorno através da escuta ativa e de gravações de campo sobre o próprio território da ilha. O Pico, partilha com as ilhas Canárias, foco do trabalho destas realizadoras, algumas particularidades naturais, como a sua origem vulcânica. Esta conexão une-as através da memória abissal que guardam os minerais que compõem estas ilhas. Procurando articular uma conexão possível entre estes territórios através do ouvido e da visão, as pessoas que participarem da oficina aprenderão técnicas de gravação sonora de campo, e familiarizar-se-ão com a projecção de película de 16mm, com a finalidade de realizar uma performance coletiva que os involucre na elaboração de uma experiência cinematográfica onde se invoca um ritual de luz e de imersão sonora sobre o território. As imagens utilizadas para a performance em 16mm e a serem acompanhadas pelo som que resultou das gravações sonoras feitas na ilha do Pico, serão imagens filmadas pelas artistas convidadas durante as erupções do vulcão de La Palma, estabelecendo-se assim uma relação entre os dois territórios vulcânicos. In Todas as células da terra e do corpo vibram, the soundscape of Pico Island is explored, generating a sound memory of the surroundings through active listening and field recordings of the island’s own territory. Pico shares with the Canary Islands, the focus of these filmmakers' work, some natural features, such as its volcanic origin. This connection unites them through the abyssal memory that holds the minerals that make up these islands. Seeking to articulate a possible connection between these territories through hearing and vision, the people who participate in the workshop will learn techniques of sound recording in the field, and become familiar with the projection of a 16mm film, with the purpose of performing a collective performance that involves them in the elaboration of a cinematic experience where a ritual of light and sound immersion is invoked over the territory. The images used for the 16 mm performance and to be accompanied by the sound of the sound recordings on the island of Pico will be film footage shot by the invited artists during the eruptions of the volcano of La Palma, establishing a relationship between the two volcanic territories.
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9 - set. 2022 | 21h30
Baía de Canas
9 - set. 2022 | 21h30
Baía de Canas
Um Esboço Histórico de Mulheres Indianas A Historical Sketch Of Indian Women

Realização: Mani Kaul Directed by: Mani Kaul
Índia | 1975 | 20’ India | 1975 | 20’
Neste documentário que se debruça sobre o papel da mulher na Índia de 1975, sentimos os ecos dessa época até aos nossos dias. De questões de direitos reprodutivos ao papel da mulher no trabalho, assistimos por breves momentos a um grupo de mulheres a cantar enquanto ceifam arroz. In this documentary that focuses on the role of women in India of 1975, we feel the echoes of that time to our days. From reproductive rights issues to the role of women at work, we briefly watch a group of women singing as they harvest rice.
Cantos De Trabalho – Cana-De-Açúcar Working Songs - Sugar Cane

Realização: Leon Hirszman Directed by: Leon Hirszman
Brasil | 1974-76 | 8’ Brazil | 1974-76 | 8'
Ao mesmo tempo em que transformam a natureza, certa atividades humanas, pelo seu caráter sazonal, cria manifestações culturais e artísticas muito particulares pela dimensão e ritmo que contêm. Leon Hirszman registra na região de Feira de Santana, Bahia, as cantorias dos trabalhadores da cultura da cana-de-acúcar. At the same time that they transform nature, certain human activities, due to their seasonal nature, create cultural and artistic manifestations that are very particular for their dimension and rhythm. Leon Hirszman records, in the region of Feira de Santana, Bahia, the songs of the sugar cane workers.
Pedreira De São Diogo São Diogo Quarry

Realização: Leon Hirszman Directed by: Leon Hirszman
Brasil | 1962 | 19’ Brazil | 1962 | 19’
O primeiro filme de Leon Hirszman é um dos episódios da longa-metragem Cinco Vezes Favela, realizado pelo Centro Popular de Cultura da União dos Estudantes, no início da década de 1960. O episódio acompanha o drama e a insurgência dos trabalhadores de uma pedreira carioca, perante a ordem de intensificar as explosões, o que poria em risco a população que habitava os barracos situados no alto do morro da favela. Leon's first film is one of the episodes of the feature film Five Times a Slum, made by the Popular Center of Culture of the Students' Union in the early 1960s. The episode follows the drama lived by the workers of a quarry in Rio de Janeiro, facing the order to intensify the explosions, which would put at risk the population that inhabited the shacks located on top of the hill.
Nelson Cavaquinho Nelson Cavaquinho

Realização: Leon Hirszman Directed by: Leon Hirszman
Brasil | 1969 | 14’ Brazil | 1969 | 14'
Um retrato do quotidiano do sambista Nelson Cavaquinho. A sua casa, a sua família e a sua música melancólica no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. The daily life of the samba player Nelson Cavaquinho. His house, his family and his melancholic music in the neighbourhood of Lapa, Rio de Janeiro.
6 - set. 2022 | 21h30
Fonte da Silveira
A Casa, A Verdadeira E A Seguinte, Ainda Está Por Fazer The House Is Yet To Be Built

Realização: Sílvia das Fadas Directed by: Sílvia das Fadas
Portugal/ E.U.A./ Áustria | 2019 | 35’ Portugal/USA./Austria | 2019 | 35'
Um percurso por lugares que desafiam a superfície do mundo. Por ordem de aparição: um palácio ideal construído por um carteiro após as suas rondas de trabalho; uma casa encarnada desenhada por um agitador socialista; uma torre pacifista erigida a contra-pêlo da História; um jardim exuberante engendrado no feminino; e um cemitério feliz, a conjurar uma comunidade de iguais nos confins da Europa. Para que se arrisque a alegria por aqueles que agem no seu próprio tempo. A travelogue to places that were created under a utopian impulse and which defy the surface of the world. In order of appearance: an ideal palace built by a postman after each of his daily rounds; a red house designed by a socialist agitator; a pacifist tower erected against the movements of History; an exuberant garden engendered in the feminine; and a merry cemetery, which conjures a community of equals in the outskirts of Europe. To ensure we risk our joy for those who act in their own time.
¿Qué Es Para Usted La Poesía? What Is Poetry To You?

Realização: Cecilia Vicuña Directed by: Cecilia Vicuña
Colômbia | 1980 | 24' Colombia | 1980 | 24’
A artista e poetisa chilena Cecilia Vicuña pergunta a mendigos, prostitutas, polícias, jovens universitários e transeuntes "O que é, para ti, a poesia?” As respostas surpreendentes que recebe revelam a riqueza da cultura oral em Bogotá, Colômbia. Chilean artist and poet Cecilia Vicuña asks beggars, prostitutes, policemen, and passers by “What is poetry to you?” The answers she gets reveal the richness of the oral culture in Bogotá, Colombia.
Ty Ty - Memórias De Beija Flor Ty Ty Memories Of Hummingbird

Realização: Denilson Baniwa Directed by: Denilson Baniwa
Brasil | 2021 | 3’36’’ Brazil | 2021 | 3'36''
Neste filme, falo sobre a livraria. E o que é a livraria? Não é nada além de uma grande floresta transformada em histórias, os livros são partes de árvores. As folhas das árvores, as páginas dos livros. E o livro é a casca da árvore transformada em histórias que nos encantam, que nos tocam, que partilhamos, com as quais aprendemos. E para que as livrarias e a ficção existam, precisamos de árvores. A possibilidade de reflorestar para que as nossas histórias permaneçam livres. Ainda precisamos do que é natural. De nos tornarmos mais como árvores. Para pegar num livro e ler debaixo de uma árvore. Aprender com as árvores. In this film, I talk about the bookshop, and what is the bookshop? Nothing but a big forest turned into stories, the books are parts of trees. The leaves of the trees, the pages of the books. And the book is the bark of the tree transformed into stories that enchant us, that touch us, that we share, from which we learn. And for bookshops and fiction to exist, we need trees. The possibility of reforesting so that our stories remain free. We still need what is natural. To become more like trees. To pick up a book and read under a tree. Learn from trees.
8 - set. 2022 | 21h30
Fogos - Parque de lazer
Pensa em Madeira, Pensa em Metal Think About Wood, Think About Metal

Realização: Manon de Boer Directed by Manon de Boer
Bélgica | 2011 | 48’ Belgium | 2011 | 48”
Think About Wood, Think About Metal é um terceiro retrato cinematográfico de uma trilogia, cujos outros dois títulos são Sylvia Kristel – Paris (2003) e Ressonating Surfaces (2005). Em cada filme descobrimos o retrato de uma mulher diferente e, aqui Manon de Boer leva-nos ao encontro da percussionista Robyn Schulkowsky. Um retrato poético de Robyn Schulkowsky, que trabalhou com John Cage, Karlheinz Stockhausen, John Zorn e Christian Wolff. As suas improvisações de percussão ocupam uma parte importante do filme. Ritmo e estrutura não-linear do tempo são explorados para as considerações de conceitos mais abstratos como memória, história e vida. Think About Wood, Think About Metal is a third portrait of a trilogy, whose other two titles are Sylvia Kristel – Paris (2003) and Ressonating Surfaces (2005). In each film we discover the portrait of a different woman and here Manon de Boer takes us to meet percussionist Robyn Schulkowsky. A poetic portrait of Robyn Schulkowsky, who has worked with John Cage, Karlheinz Stockhausen, John Zorn and Christian Wolff. Her percussion improvisations occupy a large part in the film. Rhythm and the non-linear structuring of time play a major part, with the focus also on more abstract notions such as memory, history and life.
Notas de Música Ligeira Notes From Light Music

Realização: Lis Rhodes Directed by: Lis Rhodes
Reino Unido | 1975 | 12’ United Kingdom | 1975 | 12’
Uma versão comprimida, de ecrã único, da famosa fusão de som e imagem de Lis Rhodes. Light Music foi mostrada num formato de ecrã único de 16 mm, em 1976. Esta versão é uma tradução digital. A 'partitura' está dividida em cinco movimentos que se caracterizam pela sua diferente duração, tom e acentuação dos sons. A compressed, single-screen version of Rhodes’ famous fusion of optical sound and image. Light Music was shown in a 16 mm single screen format (1976). This version is a digital translation. The ‘score’ is divided into five movements which are characterised by their differing duration, pitch and accent of sounds
Qual É O Som De Uma Mão Que Bate Palmas? What Is The Sound Of One Hand Clapping?

Realização: Liliane Lijn Directed by: Liliane Lijn
Reino Unido | 1974 | 14' United Kingdom | 1974 | 14’
Este é um filme de Koan. O título é retirado de um koan japonês, que é um problema de meditação zen. O filme concentra-se numa série de esculturas cónicas que foram usadas como objetos de meditação ou de como esvaziar a mente. Relacionei este problema com o problema espacial de como desmaterializar um volume em vibração. Uma seção do meu trabalho de 1964 a 1972 é mostrada cronologicamente neste filme. Todas estas obras são cónicas e todas tentam de uma forma ou de outra esvaziar a mente e dissolver a matéria. This is a Koan film. The title is taken from a Japanese koan , which is a zen meditation problem. The film concentrates on a series of conical sculptures which were objects for meditation or how to empty the mind. I related this problem to the spacial problem of how to dematerialise a volume into vibration.
10 - set. 2022 | 20h30
Maré das Lajes do Pico
Moldar o Eco To Sculpt The Echo

Apresentação da Oficina Criativa com João Polido Presentation of Creative Workshop with João Polido performance coletiva collective performance
Moldar o Eco é uma oficina dirigida pelo músico e compositor João Polido a acontecer no âmbito da edição de 2022 da Miragem - arte cinemática na paisagem e em parceria com o Centro de Formação Artística do Município da Madalena, com a Escola Municipal de Música das Lajes e com várias Sociedades Filarmónicas da ilha. Com Moldar o Eco, João Polido propõe olhar para o Cancioneiro Açoriano e daí partir para uma indagação sobre práticas de composição musical alternativas, de modo a refletir acerca de materiais e repertórios sonoros locais e tradicionais. Pretende-se abordar este repertório de modo a que se transforme em novas peças musicais, numa tentativa de ir além de uma mera representação e repetição da tradição. Seguindo este esquema experimental de composição musical, olhamos para questões de percepção, naturalização de processos artificiais (políticos) no desenvolvimento de tradições populares e, consecutivamente, propomos estratégias coletivas de autodeterminação dessas mesmas tradições. To Sculpt The Echo is a workshop directed by musician and composer João Polido to take place within the 2022 edition of Miragem – arte cinemática na paisagem and in partnership with the Centro de Formação Artística do Município da Madalena, the Escola Municipal de Música das Lajes and several Philharmonic Societies of the island. With To Sculpt The Echo, João Polido proposes to look at Cancioneiro Açoriano and from there to ask about alternative musical composition practices, in order to reflect on local and traditional sound materials and repertoires. We intend to approach this repertoire so that it becomes new musical pieces, in an attempt to go beyond a mere representation and repetition of tradition. Following this experimental scheme of musical composition, we look at issues of perception, naturalization of artificial (political) processes in the development of popular traditions and, consecutively, propose collective strategies of self-determination of these same traditions.
Polifonias – Paci È Saluta, Michel Giacometti Polyphonies - Paci È Saluta, Michel Giacometti

Realização: Pierre-Marie Goulet Directed by: Pierre-Marie Goulet
Portugal/França | 1998 | 80′ Portugal/France | 1998 | 80′
Uma viagem pela experiência e pelas raízes de uma das mais fortes manifestações da cultura popular portuguesa – o canto polifónico alentejano. Evocando Michel Giacometti (etnomusicólogo da Córsega cujo trabalho pioneiro em Portugal foi decisivo para o conhecimento e a própria relação dos portugueses com a sua música tradicional), o filme interroga as origens do “cante” no contexto da cultura mediterrânea, confrontando-o nomeadamente com a tradição polifónica da Córsega. No oposto de um documentário descritivo, trata-se, acima de tudo, de um filme de cumplicidades e de encontros, e
sobre a admirável experiência do canto como encontro, como esta raramente foi filmada. A journey through the experience and roots of one of the strongest manifestations of Portuguese popular culture - Alentejo polyphonic singing. Evoking Michel Giacometti (a Corsican ethnomusicologist whose pioneering work in Portugal was decisive for the knowledge and relationship of portuguese people with their traditional music), the film questions the origins of the "cante" in the context of Mediterranean culture, confronting it namely with the polyphonic tradition of Corsica. Opposing a descriptive documentary, this is, above all, a film of complicities and encounters, and about the admirable experience of singing as an encounter, as it has rarely been filmed. - com apresentação de Teresa Garcia - presented by Teresa Garcia